A Berthasaura
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A Berthasaura
Continuando a nossa série dos Seres Fantásticos e Onde Habitavam, chegou a vez da Berthasaura, um dinossauro muito simpático. Berthasaura leopoldinae é uma espécie de dinossaurinho que viveu onde hoje é o estado do Paraná, no Brasil, durante o Período Cretáceo (Era Mesozoica), mais especificamente entre 80 e 70 milhões de anos atrás.
A Berthasaura foi anunciada ao mundo em 2021 por pesquisadores brasileiros do Museu Nacional e do Centro Paleontológico da Universidade do Contestado. O fóssil é considerado um dos mais completos dinossauros do Cretáceo brasileiro, tendo sido encontrados restos do crânio, mandíbula, coluna vertebral, cinturas peitoral e pélvica e membros anteriores e posteriores.
Estima-se que a Berthasaura media aproximadamente 80 centímetros de altura e um metro de comprimento, e que pesava entre 8 e 10 quilos. Uma das características mais marcantes dessa espécie é a ausência de dentes, possuindo em vez disto um bico córneo semelhante ao que as aves atuais possuem. Seu hábito alimentar provavelmente era a onivoria, visto que o lugar onde vivia era inóspito e por isso era necessário aproveitar o que fosse possível na alimentação.
O nome da espécie homenageia mulheres importantes para a ciência brasileira. O gênero Berthasaura é uma referência à grande cientista e ativista feminista brasileira Bertha Lutz, junto com "saura", palavra grega para lagarto conjugada no feminino. O epíteto específico leopoldinae homenageia a Imperatriz brasileira Maria Leopoldina, que foi uma grande entusiasta das ciências naturais. Também faz referência à escola de samba Imperatriz Leopoldinense que em 2018 dedicou o seu samba-enredo "Uma noite real no Museu Nacional" meses antes do trágico incêndio no museu.
O único fóssil da espécie encontrado até hoje foi achado na formação Goio-Erê, em Cruzeiro do Oeste, Paraná, no sul do Brasil. A espécie viveu no período Cretáceo, aproximadamente há 80 e 70 milhões de anos atrás. Naquele tempo, o local era um oásis, em meio a um deserto.