A importância dos herbários para o estudo de Biologia Evolutiva

Coleções científicas e evolução

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A importância dos herbários para o estudo de Biologia Evolutiva

Em colaboração com Herbário Evaldo Buttura - Unila

Herbários são coleções científicas organizadas em forma de exsicatas (plantas, algas ou fungos secos, prensados e montados em cartolina) acompanhadas por informações detalhadas sobre sua coleta, como local, data, habitat e identificação taxonômica. Além das exsicatas, muitos herbários também mantêm coleções complementares, como a carpoteca (coleção de frutos), a xiloteca (coleção de madeiras), a palinoteca (coleção de grãos de pólen). Essas coleções são essenciais para o estudo da biodiversidade, auxiliando em pesquisas botânicas, ecológicas, taxonômicas e na conservação da flora.

Qual a relação entre herbários e a biologia evolutiva? A biologia evolutiva é o ramo da biologia que estuda as mudanças nos organismos ao longo do tempo e os mecanismos por trás disso, como seleção natural, deriva genética, especiação, entre outros. Os herbários fornecem dados fundamentais para entender como as plantas mudam no tempo e no espaço, o que é exatamente o que a biologia evolutiva estuda.

Herbários permitem que biólogos evolutivos comparem diferentes populações de uma mesma espécie ao longo de grandes áreas geográficas e ao longo do tempo. Espécies de orquídeas, plantas estudadas por sua evolução floral e adaptação a polinizadores, têm suas variações florais documentadas em herbários antigos e atuais, por exemplo.

Com as coordenadas geográficas das coletas, os herbários ajudam a reconstruir a distribuição passada das espécies, o que é essencial para entender os eventos de vicariância e dispersão, especiação alopátrica, extinções locais e efeitos de mudanças climáticas antigas. Estudos com coleções de Polylepis, uma planta dos Andes, revelaram mudanças altitudinais e latitudinais relacionadas a eventos climáticos do Pleistoceno.

Com técnicas modernas de pesquisa, é possível extrair o DNA de alguns espécimes de herbário, inclusive de amostras com mais de 100 anos, a depender do estado de conservação. Isso nos permite realizar análises filogenéticas e filogeográficas robustas. Herbários ainda permitem comparar morfologia e genética entre populações, avaliar influência de fatores ambientais sobre a evolução e validar ou revisar classificações taxonômicas baseadas em filogenias. 

O estudo da evolução do trigo domesticado (Triticum aestivum), por exemplo, depende de herbários com amostras selvagens e cultivadas de diferentes períodos.

Herbário Evaldo Buttura - Unila

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