A vida é possível em Arrakis?

Inspirado no filme Duna Parte 2

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A vida é possível em Arrakis?

Inspirado no filme Duna Parte 2.

Ambientado em um futuro distante e distópico, o filme Duna, baseado na obra de Frank Herbert, narra a história de Paul Atreides, que aliado ao povo Fremen, trava uma guerra de vingança contra aqueles que destruíram sua família, com implicações sobre o destino de todo o universo conhecido. A história se passa em Arrakis, um planeta extremamente árido e hostil. Mas será que a vida como conhecemos seria realmente possível neste local?

Tendo como base detalhes da obra de Herbert, a atmosfera de Arrakis é semelhante à da Terra, com algumas diferenças notáveis. Arrakis tem mais ozônio na atmosfera, o que aumentaria o efeito estufa e seria tóxico para os seres humanos. As pessoas em Arrakis provavelmente teriam que confiar na tecnologia para remover o ozônio do ar, e precisariam de muito apoio de fora do mundo para trazer comida e água.

Arrakis é um mundo muito inóspito, mas talvez fosse habitável para algumas espécies, como os ratos-canguru, animais sagrados dos Fremen, a quem chamam de Muad'Dib. Em outro planeta, a Terra, eles produzem água a partir de seu metabolismo, possuem uma pele com poucos poros, evitando a perda de água, uma camada de pelos espessa que bloqueia o calor durante o dia e retém à noite, e hábitos noturnos e subterrâneos, evitando as altas temperaturas.

Outro organismo mencionado em Duna é a planta conhecida como chaparral (Larrea tridentata). Elas possuem folhas pequenas e cobertas por uma resina cerosa, evitando a perda de água. Possuem raízes profundas e células com altíssima capacidade de absorção de água. Além disso, produzem substâncias que impedem o crescimento de outras plantas ao seu redor, evitando competição por água.

Já os habitantes mais famosos de Arrakis, os gigantes vermes de areia, ultrapassam os limites da Biologia. São grandes demais para que seu corpo se suporte e seriam esmagados pelo seu próprio peso. E mesmo que tivessem estruturas ósseas e musculares leves, seriam incapazes de se movimentar. Outro problema seria a absorção de oxigênio. Vermes fazem isso através da pele e, com todo esse tamanho, seria impossível levar oxigênio aos órgãos internos.

Além disso, quanto maior um animal, mais calor ele gera e armazena em relação à área de superfície disponível para dissipá-lo. Isto é um grande problema especialmente em climas quentes como Arrakis. Criaturas colossais como os vermes de areia superaqueceriam. Apenas seria possível a existência de vermes de bem menos aterrorizantes 30 centímetros, vivendo protegidos do calor enterrados na areia, e se alimentando de partículas orgânicas.

Humanos conseguem viver nos lugares mais áridos da Terra, protegendo-se em cavernas, utilizando técnicas construtivas para se proteger do calor e reter água, e adotando um hábito nômade, que é mais eficiente no aproveitamento de água e outros recursos esporádicos. Se você é um fã de Duna e aprecia a realidade de Arrakis, há boas notícias. Embora hostil, o planeta seria um lugar viável para os humanos viverem. E você não precisaria se preocupar em ser devorado por um verme da areia gigante.