Cocôs, vinhos & dinos

A evolução das uvas após a extinção dos dinossauros

Clique na imagem para aumentar ou salvar.

Versão em texto abaixo.

Curta, comente, compartilhe:

Versão em texto:

Cocôs, vinhos & dinos

Qual é a relação?

As Vitaceae, incluindo trepadeiras lenhosas, cipós, arbustos, árvores e ervas perenes, são um grupo de plantas principalmente tropicais. E sem dúvida o maior exemplo dessa família é a uva. Acontece que, no registro fóssil, podemos ver uma explosão de diversidade nessa família justamente após o Cretáceo, período famoso pela extinção dos dinossauros. Será que isso tem alguma ligação?

As uvas foram mais semeadas após o impacto do meteoro, sendo conhecidos frutos fossilizados na Índia há 66 milhões de anos, mesmo momento em que os dinossauros se extinguiram. Elas rapidamente se espalharam, como indicam sementes fósseis de 60 a 19 milhões de anos encontrados nas regiões neotropicais da Colômbia, Panamá e Peru. Sem grandes herbívoros pisoteando e consumindo a vegetação, as florestas se tornaram mais densas, permitindo a proliferação de vida vegetal. A ausência da perturbação dos dinossauros permitiu que essas plantas subissem como trepadeiras nas árvores e prosperassem nas florestas.

Além disso, a evolução de uma nova vida selvagem, particularmente uma gama diversificada de pássaros e mamíferos, desempenhou um papel crucial na dispersão de sementes de uva. Estes novos animais, que só se diversificaram após a extinção dos dinossauros, puderam se alimentar dos frutos da uva e espalhar suas sementes pelo cocô. Na próxima vez que você brindar com uma taça de vinho, pare um instante e pense no evento cósmico que, de forma inesperada, ajudou a tornar isso possível. Estas mudanças ambientais influenciaram as extinções e novas oportunidades de dispersão, afetando a distribuição das espécies, até que o vinho pudesse chegar na sua taça.