O Celacanto Gigante

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O Celacanto Gigante

Os celacantos são um grupo de peixes considerados extintos até que foram redescobertos em 1938. Atualmente, ocorrem apenas nas águas profundas do Oceano Índico. No entanto, entre as espécies extintas está Mawsonia gigas, que viveu no Brasil. Celacantos são mais próximos dos vertebrados terrestres do que de outros peixes atuais. Eles possuem uma nadadeira musculosa, característica vista como precursora da formação dos membros dos vertebrados terrestres, já que a musculatura e um osso central dariam suporte para caminhar em superfícies fora da água.

Já foi encontrado um exemplar quase completo, além de crânio, dentes, nadadeiras e vários ossos dissociados. Mawsonia gigas é o maior dos celacantos conhecidos, tendo de 3,5 metros até 6,3 metros de comprimento, em comparação a 1,8 metro de um celacanto atual. Ele tinha seis barbatanas: duas na parte superior do corpo, duas nas laterais, uma na ponta da cauda e uma na parte inferior da cauda.

A ecologia de Mawsonia gigas é particularmente interessante por sua associação com ambientes de água doce, o que contrasta com muitos outros celacantos que viviam predominantemente em águas marinhas profundas. A morfologia do crânio e dos dentículos cônicos e ásperos sugere que ele era um predador de topo, alimentando-se de outros peixes e possivelmente de pequenos répteis aquáticos, sendo também capaz de consumir animais com carapaças e conchas duras, como crustáceos e moluscos.

Outras espécies fósseis de celacanto de água doce são conhecidas em várias bacias sedimentares no Brasil e na África, fornecendo uma melhor compreensão da biogeografia. Estes fatos indicam que existia uma fauna comum entre os continentes antes da completa separação, o que facilitava a distribuição das espécies. Essa fauna foi separada durante o Cretáceo, quando os continentes se dividiram. No entanto, os celacantos sobreviveram nos dois lados, com o novo Atlântico Sul se tornando uma barreira à migração.

No Brasil, o celacanto gigante foi encontrado em praticamente todo o Nordeste até Minas Gerais. Viveu em ambientes de água doce e salobra, como rios, estuários e manguezais, do final do Jurássico ao meio do Cretáceo, cerca de 152 a 96 milhões de anos atrás, tendo convivido com dinossauros, pterossauros e crocodilos.