O Lobo da Patagônia

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O Lobo da Patagônia

Dusicyon avus foi um canídeo extinto que habitou a América do Sul no Pleistoceno e Holoceno, com registros que sugerem sua sobrevivência até aproximadamente 400 anos atrás. Este animal era morfologicamente semelhante a um chacal, com tamanho comparável ao de um pastor-alemão ou a um coiote, pesando entre 10 e 15 kg. Sua anatomia indica adaptações a um estilo de vida predatório e generalista, com dentição mais carnívora em comparação com as raposas sul-americanas modernas.

Dusicyon avus ocupava principalmente ambientes abertos, como pampas e estepes de gramíneas e arbustos baixos, típicos da região pampeana e da Patagônia. Evidências sugerem que essa espécie tinha um nicho ecológico semelhante ao dos canídeos modernos, atuando como predador de pequenos mamíferos e também como necrófago, aproveitando carcaças de animais maiores. Estudos de isótopos estáveis indicam que sua dieta era mais carnívora do que a das raposas contemporâneas, incluindo predação ativa e consumo de recursos marinhos em algumas regiões costeiras.

Um aspecto fascinante de seu comportamento é sua interação com populações humanas “pré-históricas”. Registros arqueológicos, como o sítio de Cañada Seca na Argentina, mostram que indivíduos desta espécie foram enterrados em contextos mortuários humanos, sugerindo uma relação próxima, possivelmente como animal de estimação ou com significado simbólico. A ausência de marcas de corte nos ossos indica que não eram caçados para consumo, e a similaridade entre suas dietas e a dos humanos enterrados nos mesmos sítios sugere que compartilhavam recursos alimentares, convivendo ainda com cães domésticos.

Os restos de Dusicyon avus foram encontrados em diversos locais da América do Sul. Os fósseis foram recuperados em formações geológicas e sítios arqueológicos na Argentina (como a Formação Luján na província de Buenos Aires e o sítio de Cañada Seca na província de Mendoza), no Brasil (Formação Chuí), no Chile (Cueva del Milodón) e no Uruguai (Formação Sopas).

Dusicyon avus viveu na Patagônia e nos Pampas entre o Pleistoceno e o Holoceno, até muito recentemente, cerca de 400 anos atrás. Fatores como mudanças climáticas, pressão humana e a introdução de cães domésticos na Patagônia podem ter contribuído para sua extinção.