Uma nova emoção
A evolução das emoções: ansiedade, inveja, tédio e vergonha
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Uma nova emoção
Por que isso, evolução??
ANSIEDADE
A ansiedade afeta nossa fisiologia:
aumenta a atividade cardiorrespiratória;
aumenta a secreção de hormônios relacionados ao estresse;
pode levar a um aumento da sudorese e da irrigação sanguínea nos músculos.
A ansiedade afeta nosso comportamento:
aumenta a vigilância;
aumenta a probabilidade de interpretar estímulos como ameaças.
Esta resposta aumentou a sobrevivência dos nossos ancestrais ao:
preparar o corpo para a ação contra ameaças;
influenciar o comportamento para detectar e se planejar a ameaças futuras à sobrevivência.
INVEJA
A inveja leva a nos compararmos com os outros, permitindo:
identificar características vantajosas e desejáveis;
entender nossa posição hierárquica no grupo social;
detectar estratégias melhores para a obtenção de recursos e parceiros sexuais.
Em suma, a inveja permite que cada indivíduo faça uma autoavaliação do seu sucesso em comparação a potenciais competidores.
Adaptações cognitivas associadas à inveja podem ter aumentado a sobrevivência e o sucesso reprodutivo dos nossos ancestrais:
o sentimento ruim de se perceber inferior a competidores motiva mudanças de comportamento que podem permitir maior sucesso.
TÉDIO
O tédio nos deixa desconfortáveis quando somos incapazes de manter nossa atenção e identificar significado em uma atividade, o que nos leva a:
realocar atenção e energia para atividades com melhor relação custo/benefício;
engajar-nos em comportamentos exploratórios e oportunidades de aprendizado.
O tédio leva a nos envolver em atividades apropriadamente desafiadoras, levando a um melhor conhecimento sobre o ambiente.
Assim, o tédio pode ser visto como uma solução evolutiva que permitiu aos nossos ancestrais:
minimizar erros de predição sobre o ambiente que pudessem ameaçar sua sobrevivência;
desenvolver estratégias mais satisfatórias de obtenção de recursos.
VERGONHA
A vergonha é uma emoção relacionada com nossa preocupação de como somos vistos pelos demais membros de nosso grupo social e nos leva a:
inibir ações que poderiam nos depreciar;
tentar limitar a disseminação de informações que nos desvalorizem e a tentar mitigar seus efeitos.
Indivíduos desvalorizados pelo grupo social recebem menos ajuda e podem até ser alienados ou excluídos do grupo.
Para animais sociais como nós humanos e nossos ancestrais, a vergonha permitiu aos indivíduos serem melhor valorizados pelo grupo social, com o efeito de:
evitar a expulsão do grupo e até mortes violentas;
obter mais recursos, aliados na sobrevivência e parceiros reprodutivos.
ENTÃO TÁ TUDO BEM?
A princípio, sim.
Todas estas emoções fazem parte de uma pessoa saudável.
Mas vale considerar que:
Na evolução, deixaram mais descendentes aqueles que possuíam características que aumentavam sobrevivência e reprodução, não felicidade, bem-estar ou moralidade.
Adaptações são imperfeitas. Por exemplo, a ansiedade traz o custo de falsos alarmes de ameaça, e o tédio pode nos levar a atividades inúteis e até autodestrutivas.
Nosso ambiente e modo de vida atuais são diferentes daqueles dos nossos ancestrais. Portanto, parte das nossas emoções estão desajustadas ao nosso contexto.